quinta-feira, 21 de julho de 2011

Faxina e atualizações ....

Caros,

Uma faxina básica no nosso galpãozinho de São Paulo há muito se fazia necessária:


Hoje neste galpão ficam alguns carros que estão aguardando a vez de serem restaurados. A idéia é fazer uma pequena reforma nele para transformá-lo em uma oficina de montagem dos carros, para poder ir montando eles mais devagar, a medida que as peças forem aparecendo com preços mais convidativos ... Montar um carro na pressa aumenta bem o custo, pois vc tem que pagar o que pedem na peça na hora ...

O plano é erguer um segundo galpão, bem menor, ao lado do Museu, com boxes e prateleiras, para guardar os carros que aguardam restauração e respectivas peças .... Mas no momento não dá para encarar esta obra ... Vai ficar mais para frente.

Um dos carros que estão lá aguardando a vez é a nossa blaster-rara D-100 cabine dupla ... Aproveitei para tirar uma foto do painel para perguntar: alguém sabe qual é o instrumento que fica ao lado esquerdo no velocimetro e que está faltando neste painel ???


Também está lá o nosso Dart Sedan 67, sendo montado a conta-gotas ....


O motor dele está pronto, todo refeito, pintado, esperando cair dentro do cofre ... Comprei as peças deste motor em 2005 !!! Me entregaram em 2006 e até hoje o motor não voltou para o carro ... Impressionante como algumas restaurações demoram ..... Sem motivo ...


Aliás este carro demorou tanto para ser restaurado que sua restauração perdeu sentido .... Quando comprei este carro, há 6 anos atrás, pouquíssima gente importava carros antigos, o dólar valia muito mais, etc ... Ter este carro no acervo seria interessantíssimo pois seria um belo representante do primeiro ano da carroceria utiizada nos Dodges brasileiros, no seu design original .... 


Porém 3 anos depois da compra deste Dart, a importação de antigos se popularizou e em 2008 e 2010 eu trouxe dos EUA 2 Darts 67 bem mais interessantes do que esse: um GT conversível e Sedan de 2 portas ... A restauração do 67 Sedan 4 portas perdeu importância ... De qualquer forma é um carro que está desde 0km no Brasil, serviu à embaixada argentina e m Brasília ... e valeu ter sido salvo ... Mas pelo mesmo valor gasto aqui, ou até menos, dava para trazer um survivor dos EUA ... E sem 10% da aporrinhação ....



Mais atualizações:

- Charger R/T 77

Voltou para a oficina para refazer alguns defeitos que passaram batidos ... Hoje erguemos ele no elevador, marcamos o que precisa ser melhorado ... O pior era uma ponteada que ficou faltando na hora de fechar uma latreral traseira, que deixou um acabamento esquisito ... Já estamos arrumando ...

- Charger R/T 71

O boreal foi hoje para a oficina mecânica ... O motor está pronto, pintado, o câmbio revisado ... Uma caixa e bomba gemmer 0km foi encontrada no estoque antigo de uma oficina especializada em direção hidráulica, e vai para o carro !


Por hora é isso ...

Abraços,

Badolato

terça-feira, 19 de julho de 2011

Dodges Argentinos e Espanhóis ... o 3700 GT da Espanha

Caros,

O amigo Alejandro de Buenos Aires nos enviou este artigo de uma revista sobre o Dodge 3700 GT espanhol, ajudando a entender melhor a história dos Dodges Argentinos e Espanhois, e corrigindo um erro do meu post anterior.
A confusão se deu pois a produção do Dart Espanhol começou em 1965 e a do Argentino em 1968 ... Porém o Dart espanhol de 65 a 70 era baseado no Dart Americano 63-66 ... E em 1970 a Chrysler da Espanha se baseou no Dodge Argentino para o modelo 1971 do Espanhol ! Confuso ? O artigo ajuda a entender ....

Ah, e para quem reclamou tanto dos faróis quadrados dos argentinos, o 3700 GT espanhol 71 a 77 tem 4 faróis redondos !

Boa leitura !

Abraços,

Badolato














 










A Saga de Um Charger R/T 1972

Caros,


Tem uma coisa que eu gostaria de fazer com os meus carros, mas não consigo. Passo a semana trabalhando que nem um camelo para manter as obras andando. O final de semana é da família. Se eu tivesse tempo gostaria de levantar a história de cada um dos meus carros ... Mas isso consome tempo, que hoje eu não tenho ... E se eu demorar muito, a chance de que partes das histórias dos carros não mais estejam disponíveis (leia-se vivas) cresce ...

Cada carro tem uma história. Algumas são simples, como a do COT, meu Dart 74 qua foi do sr.Murillo de 1974 até 2005, aí passou para mim e pronto !!! Outras são complexas, obscuras ... Alguns carros tem o histórico completamente desconhecidos ...

Mas dizem que se Maomé não vai a montanha ... a montanha vai a Maomé ...

E pelo menos no caso do meu R/T 72 verde igarapé foi exatamente o que aconteceu ...

Mês passado estava no encontro de Águas de Lindóia quando o Lincoln me chamou ... Estava com um rapaz um pouco mais velho do que eu e me apresentou:

“Esse é o ex-dono do teu R/T 72 verde igarapé ...”

O nome dele era Reinaldo Arias e ficou com o meu R/T de 1978 a 1994, ou seja, por 16 anos !!! Naquele momento eu me dei conta que ele não havia sido um dono do meu R/T, mas era eu que estava com o R/T dele !!!!

Bati um grande papo com o Reinaldo que se emocionou bastante em falar do carro. E me disse que conhecia os dois donos do carro posteriores a ele. E me prometeu reunir material e depoimentos dos donos do carro de 1978 a 1999.

Se passaram 2-3 semanas e eis que nesta segunda-feira chega po sedex um envelope pardo ... Ao abrir encontrei 3 saquinhos plásticos, devidamente etiquetados: Reinaldo, Ademir e Nika. Em cada envelope documentos e fotos do R/T 72, testemunhas do que o carro representou para cada um deles.

Meu objetivo é utilizar este material numa futura reedição ampliada do meu livro, mas faço absoluta questão de antecipar as principais partes desta história !

1) REINALDO

O Reinaldo preparou um longo manuscrito com muitas histórias, uma delícia de ler ...
 
A primeira curiosidade é que o Reinaldo, que passou 16 anos com o carro, morou este tempo todo na Rua Oswaldo Cruz, em São Caetano do Sul ... Durante 6 destes 16 anos, eu morei numa travessa desta mesma rua !!! Ou seja, eu estava há algumas quadras do R/T que viria a ser meu 30 anos depois !!! Eu andava muito a pé, o dia todo ... Subia muito a rua Oswaldo Cruz ... Com absoluta certeza eu cruzei com este carro quando era criança ....
 
O Reinaldo viu o carro com o irmão de uma colega de escola, em 1977 ... No ano seguinte o carro aparece a venda numa loja na Visconde de Inhauma chamada Didige Automóveis ... Curiosamente esta loja ainda existe, hoje em dia na Rua Amazonas ... O Reinaldo foi com o pai até a loja e compraram o carro.
 
Desde 1977 o carro já estava bem descaracterizado, pintado de prata, com vinil prata, rodas palito, frente de Gran Sedan, traseira de 75 e faixas de R/T 74 ... Uma salada ! Bonito, mas uma salada:
 

Em 1982 o Reinaldo instalou um teto solar Panther e um volante esportivo Panther ... Na foto de baixo, de 1982, o R/T 72 já com o teto solar :


 Só como aperitivo, um pedacinho do manuscrito do Reinaldo !!!! Boa é a passagem do pau que ele deu num Maverick GT ... :)



 A Garantia do Teto Solar: .... Número 6000 !


O engraçado é que a Panther ainda existe, e fica no mesmo endereço ... http://www.pantherevolution.com.br/

Em 1994 o Reinaldo vende o R/T, após 16 anos com o carro, para um amigo, o Ademir.


2) ADEMIR

O Ademir ficou apenas 2 anos com o carro. Pintou o teto de vinil de preto e gostava mesmo era de dar pau no carro .... Veja as fotos...






3) NIKA

O Nika, Nilton Dias, comprou o carro do Ademir e investiu nele. Fez uma pintura nova, azul ... Não sei se foi ele que pintou a bandeira americana no paralama esquerdo.

Abaixo uma foto do carro recém pintado de azul:


Em 1999 o Nika vende o carro para o Luiz Chagas ...

Em Janeiro de 2006 eu vi um anúncio de um Dodge esquisito ... Azul Los Angeles, com a bandeira americana no paralama e anunciado como Charger R/T 1972 ... Fui ver o carro ...  E mais uma coincidência ... O carro era do Luiz Chagas. A mãe dele trabalha com o meu tio há mais de 30 anos e me conhece desde criança ...

O estado do carro era meio desanimador, mas a plaqueta confirmava: era um Charger R/T 1972 verde igarapé ...

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O Capitão América, no dia que chegou em casa

O carro foi totalmente desmontado, muita funilaria feita, pintado, montado ... A história completa esta no meu livro "Dodge - História de uma Coleção" ...

Aplicando as faixas...

Pronto e lindo !!

De volta ao seu estado original, no qual ele ficou tão pouco tempo ...


Quando comprei este carro, ele corria um risco enorme de ser desmanchado: assoalho ruim, lataria judiada, mas motor forte, câmbio 4 marchas, diferencial bom ... Poderia ter sido desmanchado, como foram 98% dos Chargers R/T 72 ... Mas ele sobreviveu !

Sobreviveu e hoje é um dos Dodges mais famosos do Brasil, já que foi capa do meu livro com 7.500 exemplares vendidos ... Sem contar os materiais de divulgação, etc .... Sua imagem se espalhou por todo o Brasil, de Norte a Sul ... Um exemplar do livro está na biblioteca do Walter P. Chrysler Museum, nos EUA ...  





Resumindo o histórico de proprietários do carro:

Até 1977 – Manuel Alvarez Robles – Vila Oratório – São Paulo – SP


1977 – Antonio Mauro Marques – São Caetano do Sul – SP

1978 – Didige Automóveis - Loja – São Caetano do Sul

1978 a 1994 – Alonso Arias Marin – pai do Reinaldo – São Caetano do Sul – SP

1994 a 1996 – Ademir Aparecido Marques – São Caetano do Sul – SP

1996 a 1999 – Nilton Dias – Nika – São Caetano do Sul – SP

1999 a 2006 – Luiz Chagas – São Caetano do Sul – SP

2006 - 2011 – Alexandre Badolato – São Paulo - SP



Perguntas sem respostas:

1) Quem comprou este carro 0km ?

2) Quem pintou ele de prata ?

3) Em qual concessionária ele foi tirado 0km ? Nas fotos dele prata há um emblema da Janda, mas é o emblema moderno ... Em 1972 ele deveria ter o emblema antigo, com uma canoa ... O moderno deve ter sido colocado depois ...

4) Quem é (ou era) Manuel Alvarez Robles ?
 
O próximo passo desta saga é juntar os 5 últimos proprietários do carro para uma foto em volta dele !!!!
 
Qualquer informação sobre este carro, principalmente antes de 1977 é extremamente bem vinda !!!
 
Abraços,
 
Badolato

terça-feira, 12 de julho de 2011

Os incríveis e obscuros Dodges argentinos

Caros,

Confesso … Sempre tive preconceito com relação a carros argentinos ... Certamente por conta dos pavorosos Ford Falcon que invadiam as praias catarinenses no final dos anos 70, início dos anos 80, época que todo verão nós íamos para lá ... Barra Velha, Porto Belo, Camburiú ... E os Ford Falcons horrorosos, alguns com faróis redondos, outros iguaizinhos, mas com faróis quadrados ... Os com faróis quadrados eram os piores, pois tinham os vincos de carroceria típicos dos anos 60, mas os faróis quadrados e parachoques dos anos 90 ....


Freeeeeeeeaaaaaak !!!


Impressionante como a GM do Brasil conseguiu carregar o Opala com estilo até o final, enquanto a Ford argentina cometia essa atrocidade ...



Ambos fabricados no final de 1991 a partir de projetos dos anos 60 ... Dá para comparar ???


Os Dodges argentinos eram raros, mas também com faróis quadrados ... e, até onde eu sabia, 6cc .... Nunca dei bola para eles ...

De uns anos para cá comecei a olhar esses carros com outros olhos, e tentei entender eles .. E a surpresa foi uma história fantástica por trás destes obscuros Mopar, talvez os mais obscuros do Mundo.

A primeira descoberta, pelo menos para mim, é que eles são A-body exatamente como os nossos Dodges, e não B-body como se falou por aqui por tanto tempo ...

A confusão se dá pelo fatos dos Dodges argentinos serem maiores do que os nossos Dart, então muitos devem ter pensado se tratar de um B-body, como os Coronet e Satellite/ Road Runner americanos. Para aumentar a confusão há uma certa semelhança entre a lataria dos A-body argentinos e os B-body americanos, mas é apenas coincidência, o argentino é menor do que o B-body americanos. Pondo mais fumaça, o nome do argentino, Coronado, deve ter feito muita gente imaginar ser apenas uma “castelhanização” do Coronet ...

Mas porque a Chrysler da Argentina (Chrysler Fevre) quis desenvolver uma carroceria própria, ao invés de fazer como a Chrysler do Brasil que criou uma gama de modelos a partir do Dodge Dart americano ??

Exatamente o porque eu não sei, mas a origem dos Dodges argentinos está na Espanha !!!

A Chrysler Barreiros, no final dos anos 60, produziu o Dodge Dart espanhol, a partir do Dodge Dart A-body de primeira geração (63-66 nos EUA) ... Por isso ele é tão diferente do nosso, que se baseia no Dart de segunda geração (67-76 nos EUA). Para completar a Barreiros quis “europeizar” o Dart, colocando faróis quadrados ... Porém a Barreiros produzia apenas o Dart 4 portas, inclusive para a versão esportiva, o Dodge 3700 GT.



Quando a Chrysler Argentina decidiu produzir o Dart lá, se baseou no espanhol e não no americano ... Argentinos sempre quiseram ser europeus ... :)

Só que a Chrysler Argentina também queria um coupé e o desenhou totalmente na Argentina. Os faróis quadrados assustam um poucos, mas as linhas de carroceria, principalmente das laterais, são lindas !! Limpas, fluidas, grandes ... Um animal diferente, e muito interessante.



Se o Sedan chamava Coronado, o coupé chamava Polara ... E tinha a versão TOP a GTX ... Mais uma curiosidade aqui ... A sigla GTX é Plymouth nos EUA ... Mas foi Chrysler no Brasil e Dodge na Argentina ! Que zona !

A versão GTX poderia vir com o motor 225 6cc ou com o 318 V8. Aqui mais um mistério: o Brasil produzia o 318 a rodo, exportava muito, principalmente para a Venezuela .. Tanto que para 92.508 Dodges grandes, a Chrysler do Brasil fabricou mais de 271.000 motores 318 !! OK, uma pequena parte do excedente foi para D100s, caminhões e reposição... Mas mais de 150.000 foram exportados ! Então a Argentina importava o 318 do Brasil, certo ? Errado !!! A Chrysler argentina trazia o 318 do México !!!! Não faz sentido a Argentina comprar do México e a Venezuela comprar do Brasil !!! Poderai ser ao contrário, mas não foi ... Tanto que até hoje na Argentina, o GTX V8 é chamado de “Mexicano”, da mesma forma que o Maverick V8 brasileiro ainda é chamado de “canadense” .



Já a versão R/T, que aqui no Brasil era a top, na Argentina era uma versão despojada, esportiva sem luxo, com cores fortes ... Exatamente o posicionamento do nosso SE aqui ... Mas lá o R/T vinha apenas com o 225 6cc ...



A produção argentina foi muito baixa, não tenho números exatos, mas encontrei algo como 27.000 carros produzidos entre 1968 e 1980, apenas uma parte deste total eram coupés. Coupés que não se encontram em nenhum outro lugar do mundo !

Definitivamente são carros muito interessantes, altamente colecionáveis.

Me retrato aqui dos anos de desprezo a esses carros tão legais !




Abraços,

Badolato

Algumas atualizações

Caros,

Fiquei duas semanas sem postar, período super corrido aqui ... Pelo menos se acumulou algumas coisas para postar ...

Por partes ...

1) Premiação do Duster em Lindóia ...

Seguem 2 fotinhos do Duster recebendo o prêmio em Águas de Lindóia ... Fotogênico o menino, não ?




2) Dodges Argentinos

Fiz algumas descobertas interessantíssimas sobre os Dodges argentinos. Logo vou colocar um post só sobre eles ... Aguardem ...



3) Projeto em Curso

Estamos preparando material para um novo projeto, ainda para 2011 ... Por enquanto fica aqui apenas um teaser ...





4) Carro a venda

A Malibu 67 foi embora. O comprador foi rodando com ela para Goiania, e a jovem senhora de 44 anos se comportou muito bem nos 1.000 km até lá, mesmo após um longo descanso de cerca de um ano ... Obviamente passou por uma revisão antes de ir ...

Nos próximos dias vou colocar a venda um Magnum espetacular .... Vermelho alcazar, automático, quadrijet, ar condicionado ... Puta oportunidade para quem quer um Dodge excelente, para usar e curtir ...
Com a chegada do Magnum preto, um precisa ir embora ... E quem vai enfeitar outra garagem será o veremelho. 

Malibu, no caminho para Goiânia



Magnum vermelho alcazar: em breve será colocado a venda


Bom, por hora é isso ... Assim que der uma folga volto com o post sobre os Dodges argentinos ...

Abraços,

Badolato