quinta-feira, 14 de abril de 2011

Wal Rod

Caros,

Quando a gente começa a restaurar um carro, quer sempre por o que há de melhor nele ... E se nos Dodges já é muito difícil encontrar peças de acabamento novas, o que dirá das duas GTX que estou restaurando ??

Uma delas, muito especial, é uma vermelho indianópolis que eu comprei no Capão Redondo de um senhor que tinha ela desde o início dos anos 70 ... Ele ficou quase 40 anos com o carro, foi seu carro de uso durante muito tempo, acumulou peças de reposição ... Mas depois ficou difícil colocar ela de volta para funcionar e, alguns anos depois, eu a comprei ...

Estou restaurando este carro com muito carinho ... O senhor chorou o dia que o carro foi embora, e vou fazer questão de voltar lá, para ele andar no carro zerado e ter certeza de que vendeu para a pessoa certa.



O GTX quando chegou na oficina

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O interior, gasto mas original

Bom, mas a história de hoje não tem a ver com o carro, mas com o volante dele ...

No encontro de Águas de Lindóia de 2009 conheci o Waltinho, filho do Walter Rodrigues, o criador da WalRod ... (engraçado que tem gente que acha que WalRod é um nome americano, fala até com sotaque .. kkkk ) ...

Obviamente minha primeira pergunta foi se ele tinha alguma coisa de volante de Dodge ainda lá na fábrica, e ele me disse que nada, nem cheiro ... Mas me disse que tinha um miolo novo de volante de GTX ...

Opa ... Interessa ... Perguntei se ele não restauraria o volante da minha e ele me disse que não fazia mais este tipo de serviço, mas topou ...

Se passou um bom tempo, até me esqueci do volante, até que ele liga dizendo que o volante estava pronto. Pedi para o meu funcionário buscar ... Quando chegou em casa cai de costas:

O cara não só me entrega o volante ABSOLUTAMENTE ZERO, como dentro de uma caixa fechada da WalRod !!!!!

Acho que foi uma das coisas mais legais em todas as restaurações que fiz até hoje: o volante ser restaurado por quem o fabricou 40 anos antes ....


Essa história já tem mais de ano, mas estava fuçando umas fotos aqui e vi a do volante, daí resolvi escrever ... O carro ainda não está pronto, mas o volante está aqui na minha casa e pelo menos a cada 15 dias eu vou lá, tiro ele da caixa e passo bons minutos olhando para ele ...

Abraços,

Badolato 

6 comentários:

  1. Badolato
    Realmente uma historia fantástica. O prazer de pegar uma peça como esta nas mãos não tem preço. Mas quem tem amigo tem tudo!
    Abração
    Cuti

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  2. Badolato, cara estou boquiaberto, com esse volante, meus parabens!!!!!!
    Abracos
    Adriano

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  3. Badola!!!! Dá vontade de nem usar o volante! Que coisa louca !!! Acho que as GTXs mereciam um capítulo no próximo livro....

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  4. Parabens Badolato,
    A vida e assim mesmo, ela nos reserva surpresas...
    Coisas boas, acontese para pessoas boas...

    Abraços,

    Lucas.

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  5. Badolato,
    Considero esta a verdadeira essência do antigomobilismo: buscar pela originalidade na medida do possível e encontrar pessoas (e que invariavelmente se tornam amigas pela identificação dos ideais) que gostem e possam auxiliar numa restauração. Parabéns a você pela restauração dos GTX, e principalmente ao Sr. Waltinho pelo gesto e desprendimento. O projeto de restauração não poderia ter melhor incentivo e sem dúvidas estará coroado com esta magnífica peça. Me imagino no lugar daquele senhor ex-dono do carro ao revê-lo. Não poderia te-lo entregue em melhores mãos. Fantástica história.
    Abraços,
    Irapuã

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  6. OIIIIIIIO. Grande BADOLATO. É sempre um prazer ver os carros do museu e a dedicação e o esmero das restaurações.

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